E longe de ti fico angustiada
O caminho é obscuro e silencioso
As árvores se balançam num clima tenebroso
Estás distante, mas não canso de te procurar
Saíste dos meus braços, mas eu vou te encontrar
Começo a gritar teu nome com a alma e com o coração
E como resposta só escuto o soar de um trovão
Começa a chover e o medo toma conta de mim
Da chuva faz-se um temporal parece que não há mais fim
Enfim, a chuva passa e uma gota de orvalho cai numa flor
Essa desabrocha e nela espelho nosso amor
Paro pra pensar no que está te acontecendo
E por dentro me vem um calafrio, penso em ti... sofrendo
De súbito ergo a cabeça e começo a ver miragem
Longe, dentre as árvores, vejo tua imagem
Te vejo com frio e gemendo
Vou a teu encontro e lá está um bichinho tremendo
Novamente o medo toma conta de mim
Agarro o bichinho pensando como será o fim
No momento em que a esperança quis morrer
Vejo em minha frente um raio de luz aparecer
Vinha de um moinho distante e inacabado
Naquele moinho poderia estar o meu amado
A esperança em mim renasceu e corri contra o vento
Pois só você me interessava naquele momento
Chegando àquele moinho entrei
Machucado num palheiro te encontrei
A emoção tomou conta de nós
A ânsia foi tão grande que faltou-nos a voz
Nossos corpos se reencontraram
E novamente em um só se transformaram.
(Por Lily Esteves - Brasil, 1999.)
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