ANGEL Y LINDA - «¡MI AMADO ES MÍO, Y YO SOY SUYA!»

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Nostalgia


Lily Esteves – Lisboa, 19 de Abril de 2010


Hoje, sonhei com minha tia Luzia, minha querida tia que foi para o Pai em 1995. Acordei chorando. É assim toda vez que sonho com ela.

Além de ter sido uma boa tia pra mim, uma óptima irmã pra minha mãe, ela cuidava da minha mãe além dos cuidados de uma irmã.

Quando eu era criança, sempre íamos passear na casa da minha tia, minha mãe e eu. Fui testemunha do cuidado dela por minha mãe.

Lembro-me de um dia que chegamos na casa dela e acho que tínhamos um compromisso depois dali, ela olhou para mim e disse: "esse vestido e esses sapatos estão velhos, vou buscar um vestido novo e uns sapatos novos pra ela". E foi buscar em sua lojinha que ficava em um anexo da casa.

Minha tia era alegre, meiga, carinhosa, e acima de tudo, uma mulher temente a Deus. Cuidava dos filhos, do marido e da mãe (minha vovó – que também foi para o Pai, em 2003) que ficava aos seus cuidados e morava na casa dela.

A casa da minha tia era grande, espaçosa e atractiva. O quintal tinha muitas plantas, pequenas e grandes e de vários tipos. Lembro-me que havia muitas coisas no quintal e na garagem (que tinha um acesso pelo quintal) que despertavam a curiosidade de muita criança para ver, tocar e brincar. Tinha a Kombi do meu tio, que se eu não me engano vivia parada na garagem e ele não usava, pelo menos no período em que eu andava lá. A Kombi era bege. Minha prima, a caçula da minha tia e eu costumávamos brincar sempre nela dizendo que era o nosso carro, fazíamos uma festa ao volante imitando um condutor. Adorávamos brincar com as coisas que meu tio vendia no seu comércio, escondido dele, é claro, e aproveitávamos para comer amendoim sempre que dava.
Também lembro-me que minha prima tirava dinheiro da minha tia para comprarmos guloseimas (aff, quando lembro!)…

São tantas lembranças felizes: almoços, jantares, o casamento da minha prima mais velha, a igreja que ficava ao lado da casa e que também tinha um acesso pelo quintal, meu tio Assis que sempre me deu muito carinho e me tratava como uma filha, às vezes me pegava no colo e metia a língua dentro do meu ouvido (rs), enfim, inúmeras lembranças que hoje tanto trazem sorriso aos meus lábios como lágrimas aos meus olhos.

Sorriso pelo que vivi naquela época, quando eu tinha a minha tia; lágrimas pelo que não pude mais viver, pela falta dela, pela falta irreparável que ela faz à minha mãe e por tudo aquilo que eu viveria até hoje se ela ainda estivesse aqui…

Em 1995, minha tia amada ficou doente e foi internada. Acompanhamos tudo, fomos visitá-la, cuidamos dela… minha mãe dormia no hospital com ela, revezando com as outras irmãs.

Minha mãe conta que um dia ela estava no hospital e minha tia olhou pra ela e perguntou:"quem é esse menininho que está perto de ti; lindo, branquinho e lourinho?"

Minha mãe respondeu: - "é um anjinho!" Minha mãe sabia que não havia ninguém ali, mas sabemos que, literalmente, poderia ser um anjo de Deus cuidando da minha tia até o último suspiro, como assim Ele faz desde os tempos de Abraão, Isaque e Jacó.

Amava minha tia e continuo amando dentro do meu coração e das minhas lembranças. Até hoje sofro por tê-la perdido.

O amor dura para sempre; jamais acaba (I Coríntios 13:8).

No final deste ano faz 15 anos que minha tia foi para o Pai.

Há um hino que ouço desde criança e até hoje quando escuto lembro-me dela… e choro; “Quão grande és Tu”.

(I Tessalonicenses 4:13-18)

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